Tem uma dúvida?
Nome
E-mail
Telefone
Enviar Arquivo
Subir arquivo

Arraste arquivo aqui ou clique no botão.

.png, .jpg, .jpeg, .mp4, .pdf
Formatos de arquivo suportados
Enviando...
Mensagem
Excluir arquivo
Tem certeza de que deseja excluir este arquivo?
Mensagem enviada Fechar

Processo de Ligamentização

A ligamentização é um processo fundamental no reparo e reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA) após uma lesão ou reconstrução cirúrgica. Esse processo envolve várias fases, incluindo necrose, edema, revascularização, invasão fibroblástica, síntese de colágeno e o envolvimento do tecido sinovial vascularizado. Cada fase desempenha um papel importante na formação de uma nova estrutura ligamentar funcional e na restauração da estabilidade do joelho.

1. Necrose:
Após uma lesão no LCA, ocorre uma interrupção no suprimento sanguíneo para o ligamento. Esse evento pode levar à necrose, que é a morte das células no local da lesão. A necrose ocorre devido à lesão dos vasos sanguíneos e tecidos do LCA, resultando em uma diminuição no fornecimento de oxigênio e nutrientes para as células.

A necrose é uma resposta inicial ao dano tecidual e geralmente ocorre logo após a lesão. Nessa fase, os tecidos do LCA danificado começam a degenerar e as células sofrem apoptose, ou morte celular programada. A necrose pode levar ao início da resposta inflamatória e ao acúmulo de fluido no local da lesão.

2. Edema:
Após a necrose, o processo de cicatrização continua com o desenvolvimento de edema, que é o inchaço causado pela inflamação e pelo acúmulo de fluido no local da lesão. O edema é uma resposta natural do corpo ao dano tecidual e tem como objetivo fornecer nutrientes e células do sistema imunológico para o processo de cicatrização.

O edema pode ser observado clinicamente como uma sensação de inchaço e aumento de volume na região do joelho. Além disso, o edema pode causar dor e limitação dos movimentos articulares. A aplicação de terapias como gelo, compressão e elevação (conhecido como RICE, do inglês rest, ice, compression, elevation) é comumente utilizada para controlar o edema e reduzir os sintomas associados.

3. Revascularização:
Após o estágio inicial de necrose e edema, inicia-se a fase de revascularização. Nessa fase, ocorre o crescimento de novos vasos sanguíneos no local da lesão, permitindo um suprimento adequado de sangue e nutrientes para a área afetada. A revascularização é essencial para fornecer oxigênio e células reparadoras necessárias para a cicatrização e regeneração do tecido do LCA.

O processo de revascularização é mediado por fatores de crescimento e citocinas, que estimulam a formação de novos vasos sanguíneos. Os vasos sanguíneos recém-formados fornecem um leito vascular para a migração de células e a produção de colágeno na fase seguinte.

4. Invasão fibroblástica:
Uma vez estabelecida a revascularização, os fibroblastos começam a invadir o local da lesão. Os fibroblastos são células especializadas encontradas no tecido conjuntivo e são responsáveis pela produção de colágeno, a principal proteína estrutural do tecido ligamentar.

Os fibroblastos invadem a área lesada e iniciam a síntese de colágeno. Essas células se proliferam e organizam-se no local da lesão, formando uma estrutura de suporte para o reparo e reconstrução do LCA. Os fibroblastos também desempenham um papel importante na remodelação do tecido cicatricial, à medida que secretam enzimas que degradam o colágeno imaturo e organizam o colágeno em uma estrutura mais organizada e resistente.

5. Síntese de colágeno:
Durante a fase de invasão fibroblástica, ocorre uma intensa síntese de colágeno. Os fibroblastos secretam colágeno, que se acumula e forma uma matriz extracelular no local da lesão. Essa matriz de colágeno fornece suporte estrutural para o novo tecido ligamentar em desenvolvimento.

O colágeno é sintetizado nas formas tipo I e tipo III, sendo o tipo I o principal componente do tecido ligamentar maduro. À medida que a síntese de colágeno aumenta, a matriz extracelular se torna mais densa e organizada, contribuindo para a força e estabilidade do novo ligamento.

6. Envolvimento do tecido sinovial vascularizado:
No final do processo de ligamentização, o tecido sinovial vascularizado desempenha um papel importante na maturação e integração do novo ligamento cicatricial. O tecido sinovial é uma membrana que reveste as articulações e produz o líquido sinovial, que lubrifica a articulação.

Durante a cicatrização do LCA, o tecido sinovial vascularizado cresce em direção ao novo tecido ligamentar em desenvolvimento. Esse envolvimento vascularizado contribui para a nutrição e a integração do novo ligamento com as estruturas circundantes, incluindo o osso e a cápsula articular. Essa integração é essencial para restaurar a estabilidade do joelho e permitir a retomada das atividades funcionais.

Em conclusão, o processo de ligamentização é essencial para a recuperação e reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA) após uma lesão ou reconstrução cirúrgica. As fases de necrose, edema, revascularização, invasão fibroblástica, síntese de colágeno e envolvimento do tecido sinovial vascularizado desempenham papéis cruciais na formação de um novo ligamento funcional e na restauração da estabilidade do joelho. Compreender e respeitar as diferentes fases do processo de ligamentização é fundamental para o sucesso da reabilitação e retorno seguro às atividades físicas e esportivas.

Picture of Prof. Me. Eder Freitas

Prof. Me. Eder Freitas

Doutorando pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Mestre em Gestão de Cuidados da Saúde e Administração. Bacharel em Administração e Fisioterapia.

Deixe um comentário